Wall-E (Waste Allocation Load Lifters - Earth) – Levantador de Carga para Alocação de Lixo – Classe 'Terra'), trabalha pela empresa BNL para executar serviço de compactar e organizar todo entulho de lixo, sozinho, pois seus companheiros de profissão já se encontram "estragados", desligados. Ele e sua barata de estimação são os únicos habitantes daquele planeta cinzento, terra. O filme se inicia no ano de 2700 e como cenário principal está o nosso planeta, terminantemente desabitado. Ele se apresenta como um grande depósito de lixo, enquanto os seres humanos se protegem de toda a toxidez do planeta, na estação espacial Axiom. Porém, o plano era que ficassem somente por cinco anos ali, esperando a conclusão do trabalho para retornarem ao planeta, mas acabam ficando por aproximadamente 500 anos. No filme Wall-E pode-se observar a falta de preocupação com o meio ambiente, com a superpopulação, retratado pelo comodismo do avanço tecnológico, além da obesidade, o descaso com o planeta e ambiente, a falta de sensibilidade por parte das atitudes dos homens, fazendo com que esse plano se prolongasse por milhares de anos, a divisão de tarefas que os robôs realizam, uns cumprindo tarefa de limpar os demais robôs que chegavam “infectados”, outros cumprindo a tarefa de servirem aos humanos, alimentando-os, maquiando-os, fazendo a barba dentre outros, e no caso de EVE, ir para a Terra em busca de encontrar “vida”.
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Essa alienação na qual os robôs tinham de cumprir determinadas tarefas, impostas pelos humanos, e eram de tal forma “mecânicos” quando Wall-e, dentro da nave, põe o pé para passar para a esteira, os demais robôs não desviaram, e se engavetaram, os que ignoravam e não cumpriam as tarefas, eram levados para um local, que podemos comparar como uma forma de “hospício”, “prisão”, onde ficavam excluídos dos demais e eram considerados como invasores, e este comportamento de privar os que não seguiam as condutas, pode ser analisado como reforçadores negativos que servem justamente para manter o comportamento de realizar as tarefas, quando a máquina através de um conselho, avisa às pessoas a possibilidade de usarem uma nova cor (a azul) de roupa e as pessoas na mesma hora são reforçadas de tal modo, que mudam imediatamente, e utilizam essa cor azul, e um humano ainda diz: “eu adoro a cor azul”, então este comportamento se torna parte do repertorio reforçado. Os seres humanos que estão a bordo da estação espacial estão tão sedentários que se encontram incapazes de se levantarem sozinhos, ou de se locomoverem sem auxílio de aparelhos especiais. Bastante rechonchudos, com tamanha obesidade, gastam seu tempo basicamente comendo, fazendo com que os robôs executem seus desejos, até os mais banais, vivem envoltos por uma tela que projeta imagens, deixando-os tão passivos que se tornam incapazes de reconhecer e analisar o mundo à sua volta. Seus antepassados foram incapazes de lutar pelo planeta, deixando-o para trás, cheio de entulhos, para continuarem suas vidas preguiçosas e contaminadas pela inércia.
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Apesar de neste “novo modelo” de vida, os humanos poderem desfrutar de certo grau de fartura, “liberdade” e segurança, por outro lado, estão sobrevivendo, não vivendo. EVE e Wall-E são robôs diferentes e “humanizados”, cheios de farturas, e o Auto é um personagem realmente interessante, no contexto dessa questão do “limite do objeto humano”. Quando se descobre suas razões para evitar o retorno a terra a todo custo, se entende que ele foi ordenado a fazê-lo, e que ele não se encaixa tão bem, no lado de espectro humano como Wall-E e EVE, pois torna-se claro que ele apenas seguiu seu protocolo, assim como o robô atendente de piscina.
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Entede-se intelectualmente que é realmente culpa do presidente Shelby Forthright ordenar que Auto nunca volte, mas a vitória emocional é contra ele e não está diretamente ligada ao presidente. Além disso, os humanos na nave que ficaram tanto tempo sem se importar com a Terra, não perceberam que o objetivo registrado das sondas da EVE é um dia retornar à Terra, não estão implicados em responsabilidade. A ingenuidade deles é ridicularizada quando eles finalmente retornam à Terra e o capitão McCrea do navio fala animadamente sobre o cultivo de pizzarias. As práticas culturais estudadas enfraquecem o comportamento, de modo que mudam a relação temporal entre o comportamento e suas consequências, através do uso de reforçadores condicionados e generalizados. Este efeito pode ser consertado pelo reparo de contingências mas que podem ser fortalecedoras. Uma qualidade de vida melhor deveria ajudar a solucionar os problemas de pobreza, doença, violência, superpopulação, esgotamento de recursos essenciais, e destruição do meio ambiente. O filme como um todo passa uma mensagem sobre a insustentabilidade da forma de vida na terra, ao ficar evidente que a ficção está muito próxima da nossa realidade, sem dizer que as crianças são o nosso futuro.
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E vocês, o que acharam do filme? Acham que existem outros métodos a respeito desse debate tão expressado em salas de aula, se sim, deixe nos comentários.
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